terça-feira, 13 de março de 2012

Tirando dúvidas: SANTA CEIA

Eu amo ter contato com novos convertidos! Eles estão com a chama do Espírito Santo tão acesa, que se pudessem obrigariam a todos à sua volta a aceitarem Jesus como único e suficiente Salvador... é tão bom quando emanamos o amor de Deus, essa paixão que nos fascina e nos faz querer compartilhar esse Jesus maravilhoso que habita em nossos corações.

Essa sede de aprender mais de Deus me deixa muito feliz, tanto que resolvi montar uma série de estudos de acordo com dúvidas que a mim foram passadas por uma nova convertida. Acredito que, através desta série de estudos baseada em questionamentos comuns, vão ajudar a muitos sobre dúvidas que talvez ninguém tenha coragem de pergutar.

Uma das dúvidas que abordarei hoje está baseada na seguinte pergunta que recebi:

 - Na minha igreja não tem Santa Ceia. Por que na sua tem? Me explica isso...



Para entendermos o significado completo do que significa a Ceia do Senhor, temos que examinar com bastante cautela o que Jesus falou e fez na última ceia com seus discípulos.
"ESTE É O MEU CORPO"

Todas as fontes bíblicas dizem a mesma coisa sobre o que Jesus fez quando ele começou a ceia (referências - Mateus 26.26; Marcos 14.22; Lucas 22.19; I Coríntios 11.23,24).

Ele fez três coisas:

 1 - Ele pegou o pão
 2 - Ele agradeceu a Deus
 3 - Ele partiu o pão

De uma forma curiosa (como vemos em Marcos 6.41 e 8.6), Jesus fez as mesmas três coisas quando ele alimentou os cinco mil e os outros quatro mil.

De acordo com os quatro relatos da última ceia, o que Ele disse quando pegou o pão foi "este é o meu corpo". Há diferentes opiniões sobre o significado preciso dessas palavras. Mas, o que é certo é que Jesus estava indicando que ele daria o Seu corpo em sacrifício para que nós tivéssemos vida. Isso se encontra mais claro em I Coríntios 11.24, aonde esta escrito "Esse é o meu corpo que entregue por vós" (ou em alguns manuscritos mais antigos "Esse é o meu corpo que é partido por vós").

"FAZEI ISSO EM MEMÓRIA DE MIM"

De cara, essa instrução pareceria o jeito que Jesus encontrou de dizer aos seus seguidores que repetissem essa ação como um sacramento, ou uma cerimônia religiosa, através dos tempos. Mas, como essa ordem só é encontrada em Lucas 22.19 e I Coríntios 11.24, algumas pessoas argumentam que o Senhor não tinha a intenção que aquela atitude fosse repetida. Será que este argumento está correto? Certamente não.

Nós temos que lembrar que todos os evangelhos foram escritos quando o partir do pão já era uma prática comum na vida da igreja. Mateus e Marcos, no entanto, podem ter achado desnecessário expressar a intenção de Jesus com essas palavras. Mas mesmo entre os cristãos que concordam que Jesus queria que seus seguidores observassem a ceia do Senhor como algo contínuo, há diferentes opiniões quanto a interpretação dessas palavras.

Na igreja católica romana, por exemplo, "faça isso" foi interpretado como "ofereça isso", e a palavra "em memória" foi entendida como se indicando uma representação do sacrifício de Cristo perante o Pai. Portanto na teologia católica, a comunhão é uma espécie de repetição da morte de Cristo. É considerado um sacrifício. A visão católica tem uma longa tradição do seu lado. No século dois, escritores cristãos se referiam à eucaristia como um "sacrifício". No entanto, protestantes tem considerado geralmente uma outra visão.

Para os protestantes, a comunhão não é para repetir o sacrifício de Cristo, mas para relembrar com gratidão que Cristo nos amou a ponto de morrer por nós. Talvez as posições dos católicos e dos protestantes não estão tão distantes uma da outra como parece em primeira instância. Muitas afirmações dos católicos romanos têm enfatizado o quanto o sacrifício de Cristo na cruz é suficiente e completo.

E muitos estudiosos protestantes, apesar de não quererem introduzir um entendimento sacrifical a ceia, enfatizam que "em memória" é mais do que simplesmente se lembrar do que aconteceu no passado. No pensamento bíblico, "em memória" normalmente envolve fazer real no presente o que foi feito no passado (referência em Salmos 98.3 e Eclesiastes 12.1).

"ESTE É O CÁLICE DA NOVA ALIANÇA"

Jesus pegou uma taça de vinho, deu graças e deu a seus discípulos para que todos eles bebessem. Esse foi o mesmo jeito que ele fez quando distribuiu o pão. Mas nas palavras de Jesus referentes ao vinho, Ele introduziu um novo conceito na discussão sobre a aliança. Mateus e Marcos recordam as palavras de Jesus como "isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança" (Mateus 26.28; Marcos 14.24). Lucas 22.20 diz "Este é o cálice da Nova Aliança no meu sangue derramado por vós" e I Coríntios 11.25 é semelhante a isso.

Todas essas referências à aliança nos levam de volta ao ritual do Velho Testamento de fazer uma aliança (um acordo ou tratado) com sacrifício, como na aliança entre Deus e Israel depois do Êxodo (Êxodo 24.1-8). Eles também sugerem que a esperança de uma nova aliança, descrita em Jeremias 31.31-34, foi realizada em Cristo.

"É DERRAMADO PARA PERDOAR OS PECADOS DE MUITOS"

O significado da morte de Cristo como um sacrifício está ligado com um entendimento da páscoa e da aliança. No entanto, é importante que nós reconheçamos que a ceia do Senhor também está ligada com o que Isaías 53 diz sobre o Servo sofrido do Senhor se colocou "por expiação do pecado" (Isaías 53.10).

Lucas 22.37 inclui entre as palavras de Jesus: "Porquanto vos digo que importa que se cumpra em mim isto que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Pois o que me diz respeito tem seu cumprimento". O verso que Jesus cita (Isaías 53.12) também diz que "derramou a sua alma até a morte," e que Ele "levou sobre si o pecado de muitos". Mateus 26.28 diz que o sangue de Jesus foi "derramado por muitos para remissão dos pecados". A taça da comunhão, então, deve nos lembrar do sangue de Jesus derramado como uma oferta para cuidar de nossos pecados.

Entendeu?


@thimarins

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